sexta-feira, 5 de maio de 2017

Confronto na fundação Funai - MA



Temer efetiva troca na Funai em meio a conflito violento e cortes na fundação

Demissão de Antônio Costa era esperada desde abril após divergência com nomeações

Confronto recente no Maranhão complicou mais situação de indicado pelo nanico PSC




Costa, ao centro, em reunião com líderes indígenas. Mário Vilela Funai 

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O Governo Michel Temer (PMDB) efetivou nesta sexta-feira a demissão do presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Antônio Fernandes Costa. A publicação de sua exoneração saiu na edição de hoje do Diário Oficial da União e foi assinada pelo chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. Conforme divulgado pelo EL PAÍS, a saída de Costa do Governo deveria ter ocorrido no dia 19 de abril, mas a gestão peemedebista decidiu segurá-lo no cargo mais alguns dias porque nessa data comemorava-se o Dia do Índio.

Duas foram as razões para a exoneração: a tentativa de manter técnicos no lugar de políticos ruralistas em cargos estaduais da Funai e as declarações após do confronto entre produtores rurais e índios no Maranhão. Apadrinhado pelo deputado André Moura (PSC-SE), líder do Governo no Congresso, Costa reclamou das nomeações em cargos técnicos da Funai em diversos Estados, principalmente no Mato Grosso do Sul, em Roraima e no Rio Grande do Sul. Os nomes indicados paras as funções eram afilhados de ruralistas, que, em sua maioria, são contrários aos indígenas.

Além disso, após o conflito maranhense no domingo passado, o agora ex-presidente expôs uma fratura que Temer não gosta de mostrar: evidente desmantelamento da Funai. Desde que assumiu a presidência, em maio do ano passado, o peemedebista extinguiu 51 coordenações técnicas locais e reduziu o tamanho de 37 coordenações regionais. Com essas alterações, o já enxuto quadro da instituição perdeu cerca de 340 servidores.

Quando iniciaram as primeiras especulações em torno da saída de Costa, o ministro da Justiça e deputado federal da bancada ruralista, Osmar Serraglio, a quem a fundação é subordinada, informou que o próximo presidente seria indicado pelo deputado André Moura. O nanico Partido Social Cristão tentou, em duas ocasiões, emplacar militares no cargo, mas diante da repercussão negativa, desistiu. Agora, um dos nomes discutidos internamente é o do procurador Rodinei Candeia, que atua no Rio Grande do Sul. Se for efetivado, será mais uma vitória dos ruralistas. Em entrevista ao site Consultor Jurídico no ano de 2012, ele já demonstrou que discorda da política de demarcação de terras indígenas coordenado pela Funai.

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