Exposição
traz primeiras edições de obras de Machado de Assis
Publicado
em 30/09/2018 - 13:08
Por
Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil São Paulo
As primeiras edições de livros de
Machado de Assis, algumas com dedicatórias do próprio autor, estão na exposição
Machado de Assis na BBM: Primeiras Edições e Raridades, que pode ser
visitada até 22 de novembro, na Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin
(BBM), que fica na Universidade de São Paulo (USP). A mostra, que tem entrada
gratuita, ocorre no ano em que se completam 110 anos da morte do autor.
Machado de Assis, em fotografia doada à ABL por herdeiros do crítico
José Veríssimo - Arquivo/Agência Brasil
O curador Hélio de Seixas
Guimarães, pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPQ) e professor de literatura brasileira da Universidade de São
Paulo, destaca que “são exemplares únicos, é uma coleção absolutamente única, e
que permite recompor muita coisa da história da produção, da publicação, da
edição e da circulação dos textos de um dos grandes, senão do maior escritor
que o Brasil já teve”.
A mostra reúne 108 itens, incluindo 17 periódicos com textos do autor e 40 obras coletadas postumamente por pesquisadores, tudo com acesso público atualmente na biblioteca. A ideia da exposição veio da pesquisa de Guimarães sobre a influência da obra de Machado de Assis na de escritores do século 20. “No meio desse trabalho, eu fui levantando também o que existia do Machado de Assis na biblioteca. Fui me dando conta da variedade do interesse desse conjunto porque eles têm todas as primeiras edições das obras.”
A mostra reúne 108 itens, incluindo 17 periódicos com textos do autor e 40 obras coletadas postumamente por pesquisadores, tudo com acesso público atualmente na biblioteca. A ideia da exposição veio da pesquisa de Guimarães sobre a influência da obra de Machado de Assis na de escritores do século 20. “No meio desse trabalho, eu fui levantando também o que existia do Machado de Assis na biblioteca. Fui me dando conta da variedade do interesse desse conjunto porque eles têm todas as primeiras edições das obras.”
Além das primeiras edições, há
obras publicadas durante o período de vida que trazem dedicatórias do próprio
autor. “Esses exemplares têm autógrafos ou dedicatórias do Machado para figuras
muito importantes da cultura brasileira, da literatura brasileira. Por exemplo,
José Veríssimo, um dos grandes críticos literários do fim do século 19 e início
do século 20, que foi amigo do Machado, que acompanhou a obra dele.”
Esses livros contam um pouco a
história também das relações pessoais, intelectuais e das relações literárias
do Machado de Assis, do início da carreira até o fim da vida, em 1908”, disse
Guimarães. Por meio do material disponível na exposição, o público terá acesso
ao modo como os textos e livros foram publicados no período em que o autor
ainda supervisionava o processo, quando estava vivo e participando da produção
e edição dos textos.
A seleção convida ainda o
visitante a conhecer a carreira do autor com publicações em jornais e revistas.
“O que conhecemos hoje como livro, esses textos, em grande parte, saíram antes
em jornais e revistas. Tem um movimento na obra do Machado em que ele vai
publicando contos, muitos de seus romances saem em capítulos, em formato de
folhetim. E, posteriormente, ele recolhe para produzir a obra em livro, que é a
obra que em geral chegou até a gente”, explicou o curador.
Além disso, a exposição mostra o
movimento da obra do Machado, a composição da obra dele, a importância dos
periódicos nisso. Segundo Guimarães, quase tudo passava pelos periódicos antes
de chegar no formato de livro, recolhido pelo próprio Machado ou recolhido por
pesquisadores e estudiosos de sua obra.
Outra curiosidade é o modo como
os textos de Machado de Assis misturam-se às publicações cotidianas dos jornais
e revistas da época, no meio de anúncios, desenhos, de gravuras, em alguns
casos, em revistas sobre moda. “É interessante ver. Parece muito contrastante,
quer dizer, o texto do Machado de Assis, desse grande escritor, saindo
publicado ao lado de uma espécie de mosaico de informações que compõem o jornal
e as revistas no século 19. É uma surpresa ver que o ambiente em que essa obra
foi publicada originalmente.”
Edição:
Nádia Franco
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