Indígena
brasileira eleita deputada federal vence prêmio da ONU
Publicado
em 27/10/2018 - 18:18
Por Agência
Brasil Brasília
A deputada federal Joênia
Wapichana (Rede-RO), primeira indígena eleita para o cargo no país, venceu o
Prêmio das Nações Unidas de Direitos Humanos. O anúncio foi feito pela
presidente da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Maria
Fernanda Espinosa, na última quinta-feira (25). Com 43 anos, ela está entre os
oito deputados federais eleitos por Roraima este ano.
Já receberam esse prêmio -
concedido a pessoas e organizações pelas suas conquistas em direitos humanos –
o pastor norte-americano Martin Luther King, o ex-presidente da África do Sul
Nelson Mandela e a ativista paquistanesa Malala Yusafzai -, além das
organizações Anistia Internacional e Comitê Internacional da Cruz Vermelha.
Wapichana
Joênia Batista de Carvalho adotou como sobrenome
sua etnia. Segundo estimativas não oficiais, são 3,5 mil indígenas wapichana na
Região Norte do país.
Após defender um caso de disputa
de terras na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), Joênia se
tornou a primeira advogada indígena a comparecer perante o Supremo Tribunal
Federal (STF). Em 2013, foi nomeada primeira presidente da Comissão Nacional de
Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas.
“Quando eu levo a palavra como
primeira mulher indígena formada no Brasil, é justamente para dar um incentivo,
para que essa minha imagem possa ser reproduzida, multiplicada dentro dos povos
indígenas”, afirmou Joênia em entrevista em Boa Vista ao ONU News, ao saber da
premiação.
“São cidadãos, pessoas que querem
fazer parte da tomada de decisões de muitos processos que estão sendo
discutidos dentro dos países, são defensores de direitos, de conhecimentos, de
vários saberes. A gente vai fazer também com que as crianças possam viver este
exemplo. E eu entendo que este reconhecimento vai servir também para nos
proteger”, declarou na ocasião.
Criado pela Assembleia Geral da
ONU em 1966, o prêmio está em sua décima edição, que coincide com o aniversário
dos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Os vencedores são
escolhidos por um comitê especial formado pela presidente da Assembleia Geral,
o presidente do Conselho Econômico e Social da ONU, o presidente do Conselho de
Direitos Humanos, entre outros. Para o prêmio deste ano, foram recebidas mais
de 300 candidaturas. A entrega acontecerá em dezembro, na sede das Nações
Unidas, em Nova York, como parte das comemorações do Dia dos Direitos Humanos.
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Edição: Fernando
Fraga