Decreto
tira nome de Sarney de escolas no Maranhão
Antonio
Cruz/ABr
José Sarney: 37 escolas que homenageavam pessoas
vivas , como ele, já mudaram de nome no Maranhão
Diego
Emir, do Estadão
Conteúdo
especial
para AE, do Estadão
Conteúdo
São Luís
- Sarney, Murad, Castelo e Lobão são nomes
comuns em prédios públicos de escolas e outras áreas do Estado do
Maranhão. Porém, essa realidade vai mudar.
Em 2015, ao assumir o governo,
Flávio Dino (PCdoB) proibiu que o patrimônio estadual receba o
"batismo" de pessoas vivas e também vetou que os bens públicos sejam
nomeados em homenagem a pessoas responsabilizadas por violações aos Direitos
Humanos durante o regime militar.
Esta foi uma das primeiras
medidas anunciadas pelo governador em 1º de janeiro do ano passado.
Um ano depois, Flávio Dino por
meio do decreto 31.4690, assinado no dia 4 de janeiro e publicado no Diário
Oficial do Estado de 14 de janeiro, trocou as denominações de 37
estabelecimentos da rede estadual de ensino que homenageavam pessoas vivas e
deu a eles nomes de personalidades que já morreram - professores, religiosos,
políticos (como os ex-deputados João Evangelista e Júlio Monteles) e até mesmo
o cientista alemão Albert Einstein.
O campeão em perdas de homenagens
foi o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP), que exerceu também os cargos de
governador do Maranhão, deputado federal, senador da República e presidente do
Congresso Nacional - Sarney também é membro das academias de letras do Brasil
(ABL) e do Maranhão (AML). No total, o ex-presidente do Senado perdeu sete
homenagens em diferentes municípios maranhenses.
Ex-governadores
Sarney não foi o único a perder
as homenagens. Os ex-governadores Edison Lobão - atual senador e ex-ministro de
Minas e Energia - (três), Roseana Sarney (três), João Alberto de Souza (duas) e
João Castelo (uma) também tiveram seus nomes trocados, assim como a
ex-secretária de Educação Leda Tajra (cinco), o ex-deputado federal e
ex-proprietário da Rádio e TV Difusora Magno Bacelar, o ex-vice-presidente da
República e ex-governador de Pernambuco Marco Maciel. Além dos políticos,
também perdeu a homenagem o poeta Ferreira Gullar, membro da Academia
Brasileira de Letras.
Militares
Em março de 2015, Flávio Dino,
alegando não haver motivos para se homenagear "ditadores", tirou os
nomes dos ex-presidentes militares de vários estabelecimentos de ensino. Na
oportunidade, os ex-presidentes Castelo Branco, Emílio Garrastazu Médici e
Arthur Costa e Silva perderam as homenagens conferidas em dez escolas e cidades
diferentes.
O governador justifica em seu
decreto que promoveu as mudanças em obediência aos os incisos III e V do Art.
64 da Constituição Estadual. Segundo o governo, a medida também pretende
regular algo que é constitucionalmente previsto e que deveria ser cumprido
conforme a Lei Federal n.º 6.454, de 1977.
As informações são do jornal O
Estado de S. Paulo.
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