MEC quer
divulgar boas práticas de professores
Publicado em 09/07/2019 - 17:59
Por Mariana
Tokarnia - Repórter da Agência Brasil Brasília
O
Ministério da Educação (MEC) quer eleger professores com destaque para que
possam compartilhar as boas práticas com os demais docentes o país. A ação faz
parte de estratégias que estão sendo pensadas na pasta para tornar a carreira
de professor mais atraente no Brasil e dar melhores condições para os
docentes.
De acordo
com a diretora de Capacitação Técnica Pedagógica e de Gestão de Profissionais
da Educação da Secretaria de Educação Básica do MEC, Mariana Muçouçah, o
projeto da política pública deverá ser apresentado ao ministro da Educação,
Abraham Weintraub, até o fim deste ano.
Segundo
Mariana, Para selecionar os melhores professores das escolas públicas, o
MEC deve usar indicadores como o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Serão considerados referência os
docentes que, entre outros fatores, conseguirem melhorar o desempenho dos
estudantes. “Esses professores vão ser identificados com indicadores que temos
para educação. Vamos monitorar para ver se esse critério de seleção está sendo
suficiente ou não”, disse Mariana, que participou hoje (9) de debate sobre a
formação dos professores no Brasil, na Comissão de Educação da Câmara dos
Deputados.
Os debatedores destacaram a formação dos docentes como fator central para que melhorar a qualidade da educação no Brasil. Atualmente, lecionar em escolas públicas é pouco atraente, e apenas 2,4% dos estudantes querem seguir essa carreira, revela a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Os debatedores destacaram a formação dos docentes como fator central para que melhorar a qualidade da educação no Brasil. Atualmente, lecionar em escolas públicas é pouco atraente, e apenas 2,4% dos estudantes querem seguir essa carreira, revela a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Além
disso, os professores ganham menos que os demais profissionais
com o mesmo nível de formação. De acordo com relatório divulgado pelo Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), os
professores de escolas públicas ganham, em média, 74,8% do que ganham
profissionais assalariados de outras áreas.
Atratividade
De acordo
com Mariana, o MEC pretende mudar esse cenário e, para isso, está realizando
uma série de estudos. O cronograma para implementação de políticas públicas se
estende até 2023. “Estamos finalizando o planejamento estratégico da Secretaria
de Educação Básica. Estamos finalizando esta semana. Uma das ações pretendidas
é apresentar o documento aqui na comissão, se não está semana, até o final de
julho.”
Outra
ação prevista é a oferta de bolsas de estudos para futuros professores. “Vamos
pensar em novas bolsas. Vamos, junto com a Capes [Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior] e com agentes da educação, pensar
em novas propostas”. A intenção é que uma proposta seja apresentada até o
começo do ano que vem. A pasta pretende seguir com as bolsas atuais ofertadas
pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) e pelo
Programa de Residência Pedagógica.
Base de Formação Docente
O MEC
pretende concluir também até novembro deste ano a revisão do texto da Base Nacional
Comum da Formação de Professores da Educação Básica, elaborado na gestão do
então presidente Michel Temer, encaminhado em dezembro do ano passado para o
Conselho Nacional de Educação (CNE).
Em
fevereiro deste ano, o MEC pediu o texto de volta para “ter ciência e
participar ativamente do processo de formulação da Base", conforme
informou na época.
O
documento orientará a formação de professores em licenciaturas e cursos de
pedagogia em todas as faculdades, universidades e instituições públicas e
particulares de ensino do país. O texto apresentado no ano passado estabelece,
entre outras questões, que a formação do professor seja mais voltada para a
prática e orientada por competências.
De acordo
com Mariana, a primeira reunião na secretaria foi realizada hoje, e ainda não
há conclusões sobre o que deve ser alterado na proposta.
Participação
O
deputado Professor Israel Batista (PV-DF) criticou a demora do MEC para
apresentar políticas efetivas e disse que apresentará um relatório sobre
formação de professores, além de propor soluções. “No segundo semestre, a
Comissão de Educação e a Frente Parlamentar Mista da Educação devem assumir o
protagonismo. Vamos apresentar um conjunto de propostas de solução”, adiantou o
deputtado.
Professores
e especialistas presentes à audiência defenderam mais participação da sociedade
civil na elaboração dessas políticas, que, segundo Mariana, envolvem
representantes do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e da
União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), ou seja,
governos estaduais e municipais.
Participaram
do debate representantes da Associação Nacional pela Formação dos Profissionais
de Educação (Anfope), da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação
(CNTE), da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped)
e da Associação Nacional pela Formação dos Profissionais de Educação (Anfope),
entre outras instituições.
Edição: Nádia Franco